De Papo pro Ar
O turista visita uma colônia de pescadores.
Encontra vários deles a tomar sol, tranqüilos, nas areias
escaldantes.
- O que vocês fazem durante o dia?
- Nois descansemo.
- E vocês não cansam de descansar?
- Cansemo...
- E o que fazem quando cansam de descansar?
- Descansemo, ué!
A história exprime a velha tendência para a indolência, que costuma “infectar” as pessoas não habituadas ao batente. Esse “de papo para o ar” está arraigado no espírito humano.
O estudante vibra com as férias escolares.
O operário aguarda o fim de semana, o feriado, o descanso anual...
Realização suprema: a aposentadoria! A inatividade remunerada é considerada por muitos a ante-sala do paraíso. Garantido o sustento diário, sentem-se plenamente isentos de compromissos com horários e serviços. Por paradoxal pareça, há pessoas que se empenham em múltiplas atividades, buscando alcançar, ao menor prazo possível, uma situação financeira que lhes permita a felicidade de não fazer nada. A própria teologia ortodoxa nos apresenta o Céu como região de contemplação. Nessas etéreas plagas, almas eleitas se desvanecem no mais absoluto repouso.
Num Universo dinâmico, onde tudo vibra em movimento de trabalho e progresso, desde o verme, que nas profundezas do solo o fertiliza, aos mundos que se equilibran no espaço, eis o Homem, o ser mais evoluído do planeta, a confundir a felicidade com o não fazer nada, a paz com a ausência de responsabilidade.
Daí a sua dificuldade em ser feliz.Está fora dos ritmos do Universo.
O estudante vibra com as férias escolares.
O operário aguarda o fim de semana, o feriado, o descanso anual...
Realização suprema: a aposentadoria! A inatividade remunerada é considerada por muitos a ante-sala do paraíso. Garantido o sustento diário, sentem-se plenamente isentos de compromissos com horários e serviços. Por paradoxal pareça, há pessoas que se empenham em múltiplas atividades, buscando alcançar, ao menor prazo possível, uma situação financeira que lhes permita a felicidade de não fazer nada. A própria teologia ortodoxa nos apresenta o Céu como região de contemplação. Nessas etéreas plagas, almas eleitas se desvanecem no mais absoluto repouso.
Num Universo dinâmico, onde tudo vibra em movimento de trabalho e progresso, desde o verme, que nas profundezas do solo o fertiliza, aos mundos que se equilibran no espaço, eis o Homem, o ser mais evoluído do planeta, a confundir a felicidade com o não fazer nada, a paz com a ausência de responsabilidade.
Daí a sua dificuldade em ser feliz.Está fora dos ritmos do Universo.